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Arilson Chiorato denúncia intimidação contra a oposição

 

(Foto: rede social Arilson Chiorato)


Em um pronunciamento marcado por críticas diretas ao que definiu como “práticas autoritárias”, o deputado Arilson Chiorato (PT), novo líder da bancada de oposição na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), delineou nesta segunda-feira (10) como será a resistência às ações do governo Ratinho Júnior (PSD). 

O parlamentar destacou casos de uso do aparato estatal para perseguir entidades sindicais, criminalizar organizações populares e intensificar medidas repressivas. Entre as acusações, revelou que o Executivo estadual pretende adquirir um veículo blindado equipado com canhão de água, destinado ao controle de protestos – iniciativa que classificou como “violência mascarada de proteção”.

Em sua estreia como líder da oposição na Alep, Chiorato recorreu ao dramaturgo alemão Bertolt Brecht para ilustrar o que chamou de “avanço da repressão”. Adaptando o poema “Primeiro levaram os negros”, afirmou: “Quando prenderam sindicalistas, não me importei. Quando foram atrás de professores, me calei. Agora, estão nos levando, e já é tarde”. 

A fala do petista também abordou a redução de investimentos em áreas sociais, como saúde e educação, enquanto recursos são direcionados para ações de segurança pública consideradas excessivas. Ele defendeu a necessidade de fortalecer o diálogo com a sociedade civil e reforçou o compromisso de sua bancada em fiscalizar as políticas do governo, especialmente aquelas que possam ferir direitos fundamentais.

A intervenção de Chiorato ocorre em um momento de crescente tensão entre o governo e movimentos sociais, que têm denunciado supostas tentativas de silenciar vozes críticas. O parlamentar ainda anunciou que a oposição apresentará uma série de propostas legislativas focadas em transparência, combate à desigualdade e proteção de direitos. 

A sessão foi acompanhada por representantes de entidades e organizações, que aplaudiram o posicionamento do novo líder. A aquisição do veículo blindado, segundo fontes próximas ao governo, ainda está em fase de análise, mas já gera debate sobre os limites entre segurança pública e garantias democráticas.

O parlamentar relacionou a obra à realidade paranaense, listando casos como:

Ameaça de prisão a sindicalistas: em junho de 2024, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) pediu a prisão da presidente do Sindicato dos Professores (APP-Sindicato) durante greve por reajuste salarial;

Judicialização da crítica: em 2023, o próprio deputado Arilson Chiorato foi alvo de interpelação judicial após denunciar irregularidades na gestão da Copel;

Perseguição a conselheiros: Maurício Requião, do Tribunal de Contas do Paraná (TC-PR), pode vir a sofrer pressão por contrariar o governo em análises técnicas.

“Onde há autoritarismo, não há diálogo. Há medo”, afirmou o petista, reforçando que a oposição não recuará das denúncias.

Blindado

O anúncio da compra de um veículo blindado equipado com canhão de água para “controlar distúrbios” foi um dos alvos centrais do discurso. O deputado Arilson Chiorato questionou: “Que manifestações violentas? As dos professores? Das praças da PM? Dos que defendem a Copel pública?”.

Segundo ele, a medida revela uma “lógica militarizada” do governo: “Enquanto golpistas que invadiram Brasília em 8 de janeiro não foram contidos com tanques, querem usar isso contra trabalhadores. É a mesma lógica que silenciou vozes na ditadura”. 

Dados da Polícia Civil do Paraná mostram que, em 2023, nenhum protesto no estado resultou em danos graves – fato usado pelo deputado para rebater a justificativa oficial.

O deputado Arilson Chiorato detalhou uma série de ações que, segundo ele, ferem a autonomia institucional:

1) Intimidação a deputados: em 2023, a Copel moveu ação contra o deputado Arilson Chiorato após ele denunciar supostas irregularidades na privatização de subsidiárias da Copel;

2) Ataque a sindicatos: o Ministério Público recomendou em novembro de 2023 que o governo paranaense cessasse intimidações a entidades sindicais – orientação ignorada, segundo o parlamentar;

3) Censura velada: conselheiros do TC-PR e servidores públicos teriam sido pressionados a se alinhar ao Executivo.

“Transformaram a PGE em braço político. Seu papel é defender o Estado, não o governante de plantão”, criticou.

O líder da oposição também atacou o uso “estrategicamente abusivo” do regime de urgência na Alep. “Projetos que interessam ao Palácio Iguaçu são aprovados em 48 horas. Já pautas como reajuste salarial da educação ficam anos em gavetas”, disse, citando o caso do programa “Parceiro da Escola”, que terceirizou a educação pública. Para Arilson Chiorato, a estratégia visa evitar debates públicos: “Querem legislar sob escuridão, sem ouvir a sociedade. É assim que se enfraquece a democracia”.

Ao encerrar, o petista conclamou a sociedade a reagir: “Autoritarismo se alimenta do silêncio. Se nos calarmos hoje, quem falará por nós amanhã?”. E reforçou: “Não somos inimigos. Somos o freio de arrumação que impede este governo de confundir interesse público com interesses privados”.

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