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Brasil tem dívida histórica com a África, diz Lula

Lula em discurso na 37ª Cúpula da União Africana, em Adis Abeba, na Etiópia (Foto: Ricardo STUCKERT / Presidência / AFP / CP)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou, em discurso neste sábado (17), a “extrema direita racista e xenófoba” mundial e defendeu ampliar as relações diplomáticas e comerciais do Brasil com o continente africano para que ambos cresçam “juntos”. A fala foi feita na abertura da 37ª Cúpula da União Africana, em Adis Abeba, na Etiópia, onde Lula participou como convidado.

Ao defender a formação de uma aliança global contra a fome, que é uma prioridade do Brasil na presidência do G20 neste ano, e parcerias nas áreas de educação, saúde, ciência e tecnologia, o líder brasileiro afirmou que colaborará “para tornar a África independente na produção de alimentos e de energia limpa e renovável”. E destacou o interesse do Brasil em compartilhar o que possuiu diante da “divida histórica de 300 anos de escravidão”. “A única forma de pagar é com solidariedade e com muito amor”, afirmou.

“O Brasil sempre olhou o mundo sem enxergar o continente africano. O Brasil, durante muitos séculos, foi governado olhando para os Estados Unidos, para a Europa. E o Brasil não via nem a América do Sul, muito menos via o continente africano”, declarou. “(O Brasil não tem) todo o dinheiro e conhecimento científico e tecnológico”, mas quer “compartilhar o que possui com os países africanos. (…) Mais da metade dos 200 milhões de brasileiros se reconhecem como afrodescendentes”, garantiu Lula.

À platéia de lideranças, o petista também pediu apoio dos países da África para uma reforma do sistema de governança global. De acordo com ele, a “multipolaridade é um componente inexorável do século 21”. E, nesse sentido, o “Sul Global está se constituindo em parte incontornável da solução para as principais crises do planeta”. Em seguida, Lula acrescentou que a resposta às mazelas da “globalização neoliberal” “não virá da extrema direita racista e xenófoba”.

“O desenvolvimento não pode ser privilégio de poucos”, acrescentou. Formada por 55 países do continente, a União Africana passou a integrar de forma permanente o G20, que reúne as maiores economias do mundo, no ano passado, com apoio do Brasil. O convite para participação de Lula na cúpula da União Africana foi interpretado como um sinal de prestígio, já que na maior parte das vezes apenas os governantes africanos participam desse evento.

Durante sua fala, Lula foi bastante aplaudido, principalmente ao defender a agenda pró-Sul Global e cobrar que as nações ricas e instituições econômicas amenizassem os termos do pagamento das dívidas para possibilitar o desenvolvimento das nações. Ele lembrou, por exemplo, que cerca de 60 países, muitos deles na África, estão próximos da insolvência e destinam mais recursos para o pagamento da dívida externa do que para a educação ou a saúde. O que reflete o caráter obsoleto do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.

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