Gleisi Hoffmann, Angelo Vanhoni e Geraldo Alckmin (Foto: rede social AV)
Após a confusão na votação do diretório municipal de
Curitiba sobre a possibilidade de candidatura própria do PT nas eleições da
capital, o Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) do partido, liderado por Humberto
Costa (PT-PE), em reunião com a presença do ex-presidente Lula, concluiu que a
decisão sobre a posição da legenda nas eleições em Curitiba deve ser
centralizada pelo diretório nacional.
Segundo o vereador Ângelo Vanhoni, presidente municipal do
PT, das 15 cidades avaliadas, Curitiba (PR), João Pessoa (PB), Rio de Janeiro
(RJ) e Recife (PE) serão submetidas ao debate em nível nacional, agendado para
o dia 26 de março.
Dessa forma, o cronograma municipal foi suspenso. A
plenária, programada para o dia 7 de abril, para a votação dos delegados do
partido, que estava mobilizando discussões nas zonais (núcleos regionais),
envolvendo a militância de base, não ocorrerá conforme o previsto.
De um lado, a maioria do agrupamento defende a formação de
uma frente ampla. Liderada por Lula e pela presidente do partido, Gleisi
Hoffmann, essa corrente articula uma chapa liderada por Luciano Ducci (PSB),
como resultado da aliança estabelecida com Geraldo Alckmin nas eleições de
2022.
Por outro lado, diversas correntes partidárias (DS, AE,
Trabalho, Base Luta e militantes independentes) advogam pela candidatura
própria. Entre os defensores dessa posição estão a deputada federal Carol
Dartora, o deputado federal Zeca Dirceu, o deputado estadual Requião Filho (de
malas prontas para o PDT), o deputado estadual Renato Freitas e as vereadoras
Giorgia Prates e Professora Josete, também têm apoiado essa ideia.
Nas redes sociais, Vanhoni anunciou a suspensão do
calendário local: "Portanto, informo aos camaradas e camaradas, aos
filiados do partido, que o nosso calendário está suspenso por ora. Vamos
acompanhar atentamente as discussões que ocorrerão no diretório nacional. Após
isso, convocaremos uma reunião do diretório municipal de Curitiba para avaliar
as decisões e, se necessário, ajustar nosso calendário de consulta aos
filiados", disse ele em um vídeo divulgado para a militância.
Os militantes que defendem a candidatura própria expressaram
seu protesto em uma nota, declarando: "A intervenção anunciada foi
realizada para impedir a vontade soberana da militância do PT de Curitiba, que
deseja uma candidatura própria do partido. Repudiamos veementemente esse ato
contra a democracia interna do PT, um abuso que terá sérias consequências
políticas para o projeto eleitoral do PT em Curitiba", afirmou o Movimento
pela Candidatura Própria do PT em Curitiba, em nota datada de 15 de março.
O debate entre a militância e os dirigentes do partido
esteve acalorado ao longo de fevereiro e março.